Não mereço sofrer agressões por causa de posição política

Não mereço sofrer agressões por causa de posição política

Antes de publicar tudo isso eu pensei muito, muito mesmo! Depois do que eu passei na manhã de hoje, não tenho vergonha nenhuma de me expor, afinal, eu sou a vítima, não fiz absolutamente nada de errado, e só estou aqui para que vocês conheçam a verdadeira história de uma agressão que só aconteceu, por causa do meu posicionamento político e da intolerância por parte do meu agressor. Explico.

Na manhã desta terça-feira, dia 19 de outubro, participava da caminhada do candidato Eduardo Braide -33, na Rua Grande, no Centro, acompanhada dos colegas de imprensa, Davi Max (estudante de jornalismo) e do blogueiro Daniel Castro, editor do blog Arena Net. Ao final do evento, resolvemos nos dispersar e eu resolvi procurar uma Lan House para realizar algumas impressões de meu interesse.

Ocorre que, ao adentrar no local que oferece acesso à Internet, fui constrangida por uma atendente, simplesmente, por estar com alguns adesivos do candidato 33 espalhados pela minha roupa, conforme imagem acima. Foi então que a responsável pelo estabelecimento respondeu que eles “não eram 33, eram 12”. Eu retruquei dizendo que “o voto é democrático e, eu e minha familia também não abririamos mão de votar no 33”. Em seguida, me dirigir ao senhor Roberto Carlos Salomão Chaib, para realizar o serviço de impressão.

Ele me perguntou, onde estava o arquivo, se no pendrive ou no e-mail? Respondi, no e-mail, então cedeu o seu computador para localizar os documentos a serem impressos. Em seguida, chamei-o para mostra os arquivos que seriam baixados. Eu cedi novamente a cadeira para ele e, uma impressão foi feita sem que eu estivesse solicitado. Ele me perguntou se a página impressa era minha e eu respondi que não.

Com um aspecto diferente no rosto, e com um tom agressivo na voz, o comerciante se mostrou totalmente apático. Por não estar me sentindo bem naquele local, optei por cancelar o atendimento, mas mesmo assim, o agressor queria que eu pagasse por outro serviço: o acesso à internet. A partir deste momento, o comerciante iniciou um festival de insultos, agressões físicas e verbais, palavras de baixo calão e expressões chulas dizendo, inclusive, que “o candidato Braide era igual a mim: golpista”.

Mais tarde descobrir que meu algoz seria pastor de uma igreja evangélica do bairro da Vila Palmeira e, por causa de sua postura agressiva, fomos parar na Delegacia da Mulher, onde a delegada Mary Jane Monteiro Lemos chegou a lavrar o Boletim de Ocorrência de nº 3508/20016 para que o caso seja encaminhado ao conhecimento da autoridade judicial.

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Tenho 30 anos e sou jornalista desde 2011, quando me graduei pela UNASP – Centro Universitário Adventista de São Paulo. No entanto, nesse curto período em que atuo na profissão, essa foi a primeira vez que fui hostilizada por causa da minha posição política.

Sempre acreditei que a lógica democrática se inspira em valores permanentes e o maior deles é a liberdade de expressão. Faz parte da condição humana o direito de se expressar sem a interferência do Estado ou de censores. Por isso mesmo a Declaração Universal dos Direitos Humanos defende explicitamente a liberdade de opinião e de expressão:

“A defesa da liberdade pressupõe a defesa da independência intelectual de cada cidadão e o desafio para uma democracia é a busca pelo equilíbrio”.

Atualmente, contudo, vivemos tempos difíceis, em que a liberdade de expressão é ameaçada por idiossincrasias. Acho que nenhum eleitor de São Luís merece desqualificação e agressões por causa de seus posicionamentos políticos.

A liberdade de expressão não é um direito absoluto, dizem alguns. Sim, não é. Em nome dela não é possível admitir a propagação de violências, ódio racial e obscenidades para menores, por exemplo. Entretanto, uma sociedade civil democrática deve restringi-la como exceção, e não como regra.

Dalvana Mendes
Jornalista por formação

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