Maranhão ainda sofre sérios riscos de desabastecimento com a paralisação dos motoristas de caminhões
O Maranhão pode entrar em risco de desabastecimento, caso os motoristas de caminhões, ainda que a paralisação seja suspensa 100%, não consigam normalizar entregas de insumos, animais, produtos industrializados etc. Um dos setores mais preocupantes é o da agropecuária, com riscos de perdas na colheita de grãos, fornecimento de carne, frangos e leite, e até mesmo o setor automotivo pode ser comprometido.
Segundo o presidente da Federação da Agricultura (Faema), Raimundo Coelho, produtores de soja e milho do Sul do Estado e da região de Chapadinha temem perder grande parte daquela que seria a maior colheita de grãos dos últimos anos. Na região de Balsas, diz ele, a safra está quase toda colhida e a preocupação agora é com o escoamento, pois com a retenção nas estradas e a armazenagem precária nas próprias fazendas, os grãos podem perder qualidade e os preços serem depreciados, mas há o risco de perda total. Já na região de Chapadinha, ainda faltam colher 50% da produção se não houver combustível para as máquinas colheitadeiras e caminhões para retirar o que já foi colhido haverá perdas enormes.
Ainda de acordo com Raimundo Coelho, o setor pecuário também é preocupante, pois os fazendeiros não têm como tirar o boi do pasto para levar até os frigoríficos e este têm dificuldades de levar a carne até os açougues e supermercados. Quanto ao leite, disse que boa parte da produção está se perdendo, pois não há como fazer o transporte e os animais devem ser ordenhados para preservação de sua saúde.
Ainda no segmento da agropecuária, o presidente da Associação dos Avicultores (Avima), José Augusto Monteiro, diz que as granjas estão ficando sem ração para alimentar os frangos e estes podem morrer com mais de três dias sem alimentação adequada. Segundo ele, o Maranhão produz 3,5 milhões de cabeças por mês, e boa parte desse plantel pode ir para o sacrifício.
Ainda de acordo com Manoel Dias, a parte mais preocupante é de assistência técnica porque nenhuma concessionária consegue manter 100% dos itens em estoque, isto é, sempre há pedidos para atender algum tipo de reparo, e as empresas não estão fazendo a entrega, o que pode significar mais tempo do carro na oficina.
Por outro lado, o presidente do Sindicato da Indústria de Bebidas (Sindbebidas), Francisco da Rocha, informou que a partir desta terça-feira algumas vão parar as atividades, por falta de insumos e não terem como tirar a produção dos armazéns.